O presidente do Supremo Tribunal Federal (STF), Luís Roberto Barroso, enviou uma carta ao presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, contestando as tarifas de até 50% impostas ao Brasil, que, segundo ele, se baseiam em uma "compreensão imprecisa dos fatos". As tarifas foram anunciadas em resposta a alegações de perseguições políticas contra o ex-presidente Jair Bolsonaro e seus apoiadores, além de supostas censuras a empresas norte-americanas. A medida deve entrar em vigor em agosto, acompanhada de restrições semelhantes para o México, Canadá e países da União Europeia.
Barroso destacou na carta que o Brasil não está perseguindo ninguém, mas sim buscando justiça com base em provas e respeitando o contraditório. Ele lembrou episódios históricos de interrupções de poder no Brasil, como o golpe de 1964, e enfatizou a importância de um tribunal independente para evitar colapsos institucionais. O ministro reafirmou que os acusados podem ser absolvidos se não houver comprovação de crimes, garantindo que o Judiciário brasileiro está sujeito a críticas em uma sociedade democrática.
Além disso, Barroso tentou acalmar Trump ao afirmar que as mídias e empresas dos EUA não enfrentam censura no Brasil, mas devem operar dentro da legislação brasileira. Ele ressaltou que o STF tem adotado uma abordagem moderada em relação a plataformas digitais, priorizando a liberdade de expressão e os valores constitucionais. A carta foi uma resposta direta às sanções anunciadas e busca reestabelecer um diálogo baseado em fatos e respeito mútuo entre os países.