A Agência Nacional de Energia Elétrica (Aneel) anunciou na última sexta-feira (25) o acionamento da bandeira vermelha nível 2 para o mês de agosto, o que resultará em um aumento nas contas de energia elétrica para os consumidores. Essa bandeira, a mais cara da Aneel, acrescentará R$ 7,87 a cada 100 quilowatts-hora (kWh) consumidos, sendo acionada pela última vez em outubro de 2024. O motivo do acionamento é o baixo nível das chuvas, que comprometeu os reservatórios das hidrelétricas, levando à utilização de termelétricas, que apresentam custos mais elevados.
Economistas alertam que esse aumento nas tarifas pode impactar a inflação do mês, uma vez que a energia elétrica residencial representa 3,90% do Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo 15 (IPCA-15), que mede a prévia da inflação oficial. Dados do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) indicam que, em julho, a energia elétrica residencial teve um aumento de 3,01%, sendo o subitem com maior impacto positivo no IPCA-15.
A economista-chefe da corretora CM Capital, Carla Argenta, estima que o impacto adicional da bandeira vermelha 2 pode resultar em uma alta de 0,15 ponto percentual no índice de inflação. Contudo, o Relatório de Mercado Focus, divulgado na semana anterior, previa uma deflação de 0,04 para agosto, impulsionada pela queda nos preços dos alimentos, que já apresenta dois meses consecutivos de redução. O próximo relatório, que incluirá as novas expectativas do mercado sobre a tarifa, será publicado pelo Banco Central na segunda-feira (28).