A banda The Velvet Sundown, que alcançou mais de 1 milhão de ouvintes mensais no Spotify, anunciou oficialmente nesta terça-feira (8) que suas composições são totalmente geradas por inteligência artificial (IA). O projeto, descrito como uma iniciativa musical sintética, combina direção criativa humana com tecnologia avançada, resultando em músicas, letras e vozes criadas com o auxílio de IA generativa.
Com São Paulo liderando como a cidade com mais ouvintes da banda, contabilizando cerca de 15 mil reproduções nos últimos meses, outras cidades como Sydney, Melbourne, Estocolmo e Londres também figuram entre os principais locais de escuta. A proposta da banda visa provocar uma reflexão sobre os limites da autoria e identidade na música contemporânea, especialmente na era da IA.
A biografia da banda ressalta que qualquer semelhança com pessoas ou eventos reais é mera coincidência, enfatizando a fusão entre humano e máquina. No entanto, a questão dos direitos autorais em relação a obras criadas por IA ainda é um tema controverso, pois a legislação brasileira não contempla especificamente produções geradas por inteligência artificial, que não possuem um autor humano reconhecido.
O debate sobre a autoria e os direitos relacionados à música gerada por IA é crescente, especialmente após casos históricos como o da dupla Milli Vanilli, que enfrentou um escândalo de direitos autorais por não terem cantado suas próprias músicas. A situação atual levanta questões sobre o futuro da produção artística e a necessidade de regulamentação nesse novo cenário musical.