A presidente do Novo Banco de Desenvolvimento (NDB), Dilma Rousseff, anunciou que a instituição está considerando a concessão de empréstimos em real e rand sul-africano. A medida visa reduzir a dependência do dólar e promover um sistema financeiro multipolar. O NDB, fundado pelos países do Brics e com sede em Xangai, busca ampliar o uso de moedas locais em suas operações financeiras.
Em entrevista ao Financial Times, Dilma destacou que a expectativa é emprestar entre US$ 8 bilhões e US$ 10 bilhões em 2023, com a meta de que cerca de 30% dos empréstimos sejam realizados em moedas locais. A emissão de dívida em moedas como real, rand e rúpia é parte de um esforço conjunto dos países do Brics para oferecer alternativas ao dólar nas transações internacionais.
Atualmente, o NDB já realiza operações em renminbi, a moeda chinesa, e está analisando pedidos de adesão de aproximadamente 15 novos países, com a expectativa de aprovar quatro ou cinco novas entradas. Desde sua fundação em 2015, o banco já emprestou US$ 33 bilhões para projetos de infraestrutura e desenvolvimento sustentável, destacando a ausência de exigências políticas em seus contratos, uma prática diferenciada em relação a instituições como o FMI e o Banco Mundial.
Apesar das ambições de diversificação, o NDB enfrentou desafios, incluindo a suspensão de operações na Rússia para evitar sanções internacionais. A agência de classificação Fitch Ratings rebaixou a nota de crédito do banco em 2023, citando riscos associados à participação russa. Dilma, no entanto, acredita que o NDB tem grande potencial de crescimento, especialmente focando em países em desenvolvimento e mercados emergentes.