O presidente do Banco Central, Gabriel Galípolo, afirmou na Câmara dos Deputados que mais de 70% dos itens que compõem o Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA) estão acima da meta de inflação de 3% ao ano. Durante audiência na Comissão de Finanças e Tributação, Galípolo justificou a taxa de juros básica de 15% ao ano, destacando que a alta de preços é disseminada e não pontual.
Galípolo explicou que a política monetária brasileira apresenta efeitos diferentes em comparação a outros países, devido a subsídios cruzados que permitem às empresas obter crédito a custos inferiores. Deputados como Sidney Leite (PSD-AM) expressaram preocupação com a taxa de juros, afirmando que uma redução poderia beneficiar a indústria, especialmente na Zona Franca de Manaus.
O presidente do Banco Central enfatizou que a busca pela meta de inflação não será flexibilizada, mesmo diante de uma expectativa de inflação de 4% para 2027. Ele também observou uma redução na inflação de alimentos, que caiu de 17,5% em março para 12,5% em maio. Galípolo ressaltou que o Banco Central continuará utilizando os instrumentos necessários para proteger a moeda e o poder de compra dos brasileiros.
Além disso, Galípolo abordou a questão da invasão a contas de instituições participantes do PIX, afirmando que a Polícia Federal está investigando o caso, que envolveu a corrupção de um funcionário e não um ataque cibernético. Ele também mencionou que a compra do banco Master pelo BRB ainda está em negociação, e que o Banco Central se pronunciará sobre a viabilidade do negócio após a definição dos termos.