O presidente do Banco Central (BC), Gabriel Galípolo, afirmou nesta terça-feira (8 de julho de 2025) que é obrigação da autoridade monetária perseguir a meta de inflação de 3%, e não o teto de 4,5%. Durante uma reunião com congressistas da Frente Parlamentar do Empreendedorismo (FPE) e associados do Instituto Unidos Brasil (IUB), Galípolo reconheceu que a elevação da taxa Selic para 15% ao ano pode não ser popular, mas é necessária para atingir os objetivos inflacionários.
Galípolo destacou que um decreto estabelece a meta de 3% e que o intervalo de tolerância existe para absorver choques temporários. Ele enfatizou que a taxa de juros deve permanecer em um patamar restritivo pelo tempo necessário para garantir que a inflação se mantenha dentro da meta. O presidente do BC defendeu uma abordagem rigorosa e obstinada para controlar a inflação, afirmando que a flexibilidade nas exigências não é uma opção.
O presidente do BC também ressaltou a importância da institucionalidade da autoridade monetária, afirmando que a credibilidade das instituições é fundamental para a estabilidade econômica do país. Ele afirmou que o foco deve ser na estrutura institucional da política monetária, e não nas pessoas que ocupam cargos no Comitê de Política Monetária (Copom).
Atualmente, a inflação está em 5,32%, ultrapassando o intervalo permitido pela meta há oito meses. O Banco Central deverá publicar uma carta explicando eventuais descumprimentos da meta de inflação, conforme as novas regras do Conselho Monetário Nacional (CMN), que entraram em vigor em janeiro de 2025. O Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) divulgará o resultado da inflação na próxima quinta-feira (10 de julho), às 9h.