O presidente do Banco Central (BC), Gabriel Galípolo, reafirmou nesta quarta-feira (9) durante audiência pública na Comissão de Finanças e Tributação da Câmara que a instituição não se desviará do seu mandato de controlar a inflação, estabelecendo a meta de 3% como prioridade. Galípolo enfatizou que a moeda é fundamental para a estrutura social e econômica do país, e que a autoridade monetária é a "última linha de defesa" da moeda brasileira.
Durante sua apresentação, Galípolo destacou que mais de 70% dos itens que compõem o Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA) estão acima da meta de 3%, com 58,8% dos itens superando o teto da meta de 4,5%. Ele alertou que a inflação está "disseminada" e que 45% dos itens de consumo estão com preços superiores a 6%, o que exige uma ação firme do BC para evitar que a situação se agrave.
O presidente do BC também criticou a ideia de flexibilizar a meta de inflação, afirmando que isso poderia sinalizar uma aceitação da desvalorização da moeda. Galípolo reforçou que a meta de 3% não é uma sugestão, mas um comando legal, e que a instituição deve agir para garantir a estabilidade econômica do país, evitando uma abordagem "leniente" em relação ao controle inflacionário.