O Banco Central do Brasil decidiu manter a Taxa Selic em 15% ao ano, interrompendo o ciclo de aumento de juros que vigorou nos últimos meses. A decisão foi tomada por unanimidade pelo Comitê de Política Monetária (Copom) e já era esperada pelo mercado financeiro. Este é o maior patamar da taxa desde julho de 2006, quando estava em 15,25% ao ano.
A pausa no aumento da Selic ocorre em um contexto de recuo da inflação e desaceleração da economia. O Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA) apresentou uma alta de 5,35% em 12 meses, acima do teto da meta estabelecida pelo Conselho Monetário Nacional, que é de 3% com um intervalo de tolerância de 1,5 ponto percentual. A prévia da inflação de julho, o IPCA-15, também superou as expectativas, impulsionada por aumentos nos preços de energia e passagens aéreas.
O Banco Central, em seu último Relatório de Política Monetária, revisou a previsão de inflação para 2025 para 4,9%, embora essa estimativa possa ser alterada conforme a evolução do dólar e da inflação. O boletim Focus, que compila as expectativas do mercado, projeta que a inflação oficial deve encerrar o ano em 5,09%, quase um ponto percentual acima do teto da meta.
A manutenção da Selic em 15% ao ano visa controlar a inflação, uma vez que juros mais altos encarecem o crédito e desestimulam a produção e o consumo. No entanto, essa estratégia pode dificultar o crescimento econômico, com o Banco Central prevendo um crescimento de 2,1% para 2025, enquanto o mercado espera uma expansão um pouco maior, de 2,23% do PIB.