O Comitê de Política Monetária (Copom) do Banco Central do Brasil se reunirá nesta quarta-feira (30) com a expectativa de manter a taxa Selic em 15%. Desde a posse de Gabriel Galípolo na presidência do BC, em janeiro de 2025, o mercado financeiro tem se preparado para juros elevados, impulsionados por preocupações fiscais e pela instabilidade do dólar, que iniciou o ano acima dos R$ 6.
A economista-chefe do banco Inter, Rafaela Vitoria, destaca que a manutenção da Selic é uma estratégia do BC para sinalizar firmeza na política monetária até que haja maior clareza sobre os desdobramentos fiscais e externos. Embora exista a possibilidade de um corte na taxa no final do ano, isso dependerá de fatores como o comportamento do câmbio e o impacto das tarifas comerciais dos Estados Unidos.
Vitoria também ressalta que o debate fiscal no Brasil está amadurecendo e pressionará o governo a implementar medidas de contenção de gastos. A economista projeta um possível corte de 0,50 ponto percentual na Selic em dezembro, mas alerta que a incerteza em relação às tarifas de Trump pode impactar negativamente o cenário econômico, dificultando a desinflação e pressionando a inflação para cima. A expectativa é de uma desaceleração econômica nos próximos meses, com efeitos negativos no varejo e na indústria.