A partir de 2025, o Banco Central do Brasil (BC) adotará uma nova regra para o controle da inflação, estabelecendo uma meta contínua. Segundo o decreto publicado em junho de 2024, a taxa acumulada em 12 meses do Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA) não poderá ultrapassar o intervalo permitido por mais de seis meses consecutivos. A meta de inflação foi fixada em 3%, com um intervalo de tolerância de 1,5% a 4,5%. Caso a inflação exceda 4,5% por mais de seis meses, o BC deverá justificar publicamente o descumprimento e apresentar um plano para retomar a meta.
Até 2024, a aferição da meta de inflação era feita anualmente, o que significava que o descumprimento era avaliado apenas em dezembro. Com a nova regra, o Comitê de Política Monetária (Copom) aumentou a taxa Selic para 15% ao ano como medida para controlar a inflação. O presidente do BC, Gabriel Galípolo, reafirmou o compromisso da instituição em seguir rigorosamente o mandato inflacionário durante uma visita à Câmara dos Deputados em julho de 2025.
De acordo com as projeções mais recentes do BC, a inflação deve retornar ao intervalo permitido no primeiro trimestre de 2026, com base nas expectativas do mercado financeiro sobre a taxa Selic e o câmbio. O decreto também determina que, em caso de descumprimento da meta, o BC deve divulgar uma nota no Relatório de Política Monetária e uma carta ao Ministério da Fazenda, detalhando as causas do desvio e as medidas a serem adotadas para corrigir a situação. O último Relatório de Política Monetária, divulgado em 26 de junho, indicou uma probabilidade de 68% de que a inflação ultrapasse o limite superior da meta em dezembro de 2025.