O Banco Central do Brasil divulgou nesta quinta-feira (11) uma carta oficial ao Ministério da Fazenda, na qual justifica o desvio da inflação medida pelo IPCA, que ultrapassou o limite superior da meta em 2024. Assinada por Gabriel Galípolo, diretor de Política Monetária, a carta detalha os fatores que contribuíram para a elevação inesperada dos preços, destacando aumentos significativos em itens como gasolina, café, vestuário, automóveis e serviços.
Entre os principais responsáveis pela pressão inflacionária, a gasolina se destaca, impactando diretamente os custos de transporte e, consequentemente, o índice geral de preços. O café, um item essencial na dieta dos brasileiros, também apresentou elevações acentuadas, refletindo choques de oferta e aumento de custos na cadeia produtiva.
Além disso, a inflação subjacente dos serviços, que exclui itens mais voláteis, mostrou-se resiliente e acima do projetado, indicando uma pressão estrutural persistente. O comportamento dos bens industriais, especialmente vestuário e automóveis, surpreendeu ao registrar aumentos expressivos, revertendo a desaceleração observada em trimestres anteriores.
A carta do Banco Central é uma exigência legal sempre que a inflação supera os limites estabelecidos pelo Conselho Monetário Nacional (CMN). Para 2024, a meta de inflação era de 3%, com uma tolerância de 1,5 ponto percentual. O IPCA acumulado nos últimos 12 meses até junho foi de 5,2%, ultrapassando, assim, o teto de 4,5%.