O presidente do Banco Central (BC), Gabriel Galípolo, afirmou nesta quarta-feira (9) que não existe uma solução imediata para conciliar a queda da taxa de juros com a inflação controlada. Durante audiência na Comissão de Finanças e Tributação da Câmara dos Deputados, Galípolo destacou que será necessário implementar uma série de medidas, comparando a situação atual ao processo do Plano Real, que teve efeitos mais rápidos. Ele enfatizou que não haverá uma 'bala de prata' para resolver os desafios econômicos enfrentados pelo Brasil.
Galípolo questionou como o país pode manter taxas de juros compatíveis com as de outros países emergentes enquanto controla a inflação dentro da meta. Ele reiterou que a solução exigirá um conjunto de ações progressivas, ao contrário do que ocorreu durante o Plano Real, que teve uma medida única e rápida. O presidente do BC também mencionou que a última reunião do Conselho de Política Monetária (Copom) resultou na manutenção da taxa Selic em 15% ao ano, decisão unânime dos diretores do Copom.
Na ata da reunião, o BC indicou que deve interromper o ciclo de alta de juros e avaliar os efeitos das elevações anteriores, especialmente diante das incertezas econômicas globais. Além disso, Galípolo informou que enviará uma nova carta ao ministro da Fazenda, Fernando Haddad, alertando sobre o descumprimento da meta de inflação para junho, que está fixada em 3% com uma faixa de tolerância de 1,5 ponto percentual. A inflação acumulada em doze meses até maio foi de 5,32%, superando o teto do sistema de metas.