O chefe do departamento de estatísticas do Banco Central, Fernando Rocha, afirmou nesta sexta-feira (25) que não há evidências de impactos das tarifas americanas sobre produtos brasileiros nas estatísticas do setor externo de junho, uma vez que as tarifas foram anunciadas apenas em julho. Durante coletiva de imprensa, Rocha destacou que, apesar da ausência de dados concretos, a incerteza gerada desde o 'Liberation Day', em abril, pode afetar os fluxos de investimentos no país.
Rocha explicou que a incerteza pode levar investidores a antecipar decisões, criando cenários que, em alguns casos, podem resultar em uma redução nos investimentos. Ele enfatizou que os efeitos das tarifas ainda não são visíveis nas estatísticas, mas poderão ser percebidos em outras atividades profissionais antes da divulgação oficial dos dados.
Além disso, o chefe do departamento de estatísticas comentou sobre a menor taxa de rolagem de dívidas externas, que se mantém abaixo de 100% este ano. Segundo ele, essa situação não indica necessariamente dificuldades para as empresas acessarem o mercado externo. Rocha também observou que a desaceleração do déficit em transações correntes está relacionada a uma diminuição da atividade econômica interna, que reduz a demanda por bens e serviços importados.