O chefe do Departamento de Estatísticas do Banco Central, Fernando Rocha, anunciou nesta segunda-feira (28) uma desaceleração no crescimento dos saldos de crédito, conforme os dados acumulados em 12 meses divulgados pela instituição. Durante a coletiva de imprensa, Rocha destacou que a queda nos saldos é uma consequência de fatores interligados, especialmente a diminuição das contratações de crédito em junho após um aumento significativo em maio.
Rocha explicou que o desconto de duplicatas foi um dos principais fatores que contribuíram para a redução dos saldos no último mês. Em maio, houve uma expansão acima do esperado nessa modalidade, impulsionada por antecipações em função do aumento da alíquota do Imposto sobre Operações Financeiras (IOF) anunciado pelo Ministério da Fazenda. Com a antecipação já realizada, as contratações em junho foram menores, resultando em um saldo de crédito reduzido.
Apesar da desaceleração, o chefe do departamento informou que o crédito ampliado ao setor não-financeiro apresentou crescimento, impulsionado pela emissão de títulos da dívida, que aumentou 2,9% em junho. Os empréstimos do sistema financeiro também mostraram um leve aumento de 0,3%. Além disso, Rocha revelou que o saldo da dívida externa teve uma redução de 2,5%, impactada pela apreciação da moeda doméstica, que afetou operações denominadas em moeda estrangeira.