Rosali Eliguara Ynaê, de 39 anos, natural de Salvador, foi ordenada como a primeira monja zen budista afro indígena da linhagem japonesa Soto Zen, em uma cerimônia realizada no Templo Shinōzan Takuonji, em Yguazú, Paraguai, em maio deste ano. A ordenação marca um momento histórico para a comunidade budista, que destaca a singularidade de sua trajetória e a importância da diversidade nas tradições espirituais.
Graduada em História pela Universidade Estadual de Feira de Santana, Rosali conheceu o budismo durante sua formação acadêmica, onde se interessou pela meditação e pelas doutrinas espirituais. Sua busca pela iluminação a levou a estudar várias linhagens do budismo, culminando na escolha pela tradição Soto Zen, que enfatiza a prática meditativa como caminho para a iluminação.
Durante a cerimônia de ordenação, que contou com a presença de familiares e membros da comunidade, Rosali, agora chamada de Rōzen, expressou a importância de unir diferentes culturas, celebrando a diversidade com um cardápio que incluía acarajé e sushi. "Culturas diferentes podem caminhar juntas", afirmou, ressaltando sua conexão com as tradições afro-brasileiras e japonesas, e seu compromisso com a prática budista e a valorização de seus ancestrais.