Pesquisadores brasileiros estão avançando no desenvolvimento da terapia celular CAR-T, uma técnica promissora no tratamento do câncer que utiliza células do próprio paciente. Atualmente, o tratamento pode custar até R$ 3 milhões no setor privado, o que limita seu acesso. O Hemocentro de Ribeirão Preto, em parceria com a Universidade de São Paulo (USP) e o Instituto Butantan, lidera um projeto para tornar essa terapia mais acessível e autônoma no Brasil.
A terapia CAR-T já é aprovada pela Anvisa para alguns tipos de leucemias e linfomas, mas ainda não está incorporada ao Sistema Único de Saúde (SUS). Pacientes que buscam o tratamento frequentemente precisam recorrer à Justiça para garantir cobertura dos planos de saúde, uma vez que o processo atual envolve a coleta de células no Brasil, seguida de modificação em laboratórios no exterior, o que pode levar mais de 40 dias.
O estudo clínico em andamento no Hemocentro de Ribeirão Preto já tratou 20 pacientes com resultados promissores, semelhantes aos de produtos internacionais. A meta é concluir os testes e obter o registro da Anvisa, com o objetivo de reduzir os custos do tratamento em até 80%, tornando-o mais acessível a pacientes brasileiros que enfrentam o câncer.