Os processos penais relacionados à tentativa de golpe de Estado em 2022 avançam no Supremo Tribunal Federal (STF), com ações prestes a serem julgadas. A previsão é de que as sentenças sejam divulgadas na segunda metade deste semestre. A investigação envolve o ex-presidente Jair Bolsonaro e outros sete réus do chamado 'núcleo crucial', que já se encontra na fase de alegações finais, onde a Procuradoria-Geral da República (PGR) pediu a condenação dos acusados.
O procurador-geral da República, Paulo Gonet, destacou que Bolsonaro é considerado o líder da organização criminosa, afirmando que sua atuação foi fundamental para a articulação golpista e a ruptura do Estado Democrático de Direito. Além do núcleo crucial, outros dois núcleos, que somam 13 réus, já encerraram a instrução processual, enquanto um terceiro grupo será interrogado nesta segunda-feira (28).
O núcleo 2, que inclui o ex-diretor-geral da Polícia Rodoviária Federal, Silvinei Vasques, é responsável pela coordenação operacional do plano golpista e já entrou na fase de diligências complementares. O núcleo 3, composto majoritariamente por militares, terá seus interrogatórios realizados em breve. Já no núcleo 4, um ex-assessor de Bolsonaro admitiu ter elaborado um plano para assassinar o presidente Luiz Inácio Lula da Silva, o vice-presidente Geraldo Alckmin e o ministro Alexandre de Moraes, embora tenha afirmado que a ação não seria executada.
Por fim, o núcleo 5, que possui apenas um réu, Paulo Figueiredo Filho, neto do ex-presidente da ditadura militar João Figueiredo, teve seu processo retomado pelo ministro Alexandre de Moraes, que autorizou a notificação por edital devido à dificuldade em localizar o acusado. A análise da admissibilidade da denúncia será o próximo passo no andamento do caso.