Os preços da carne bovina nos Estados Unidos atingem níveis recordes, com o preço médio de 450 gramas de carne moída alcançando US$ 6,12 em junho, um aumento de quase 12% em relação ao ano anterior, conforme dados do Departamento de Agricultura dos EUA. A situação, que se agrava desde 2020, é resultado da diminuição contínua do rebanho bovino, que chegou ao menor nível em 74 anos, e da pressão inflacionária causada por tarifas impostas a grandes produtores, como o Brasil.
A redução do rebanho, que caiu para 86,7 milhões de bovinos em janeiro de 2023, é atribuída a uma combinação de fatores, incluindo secas prolongadas que elevaram os custos de ração e a prática de abate de fêmeas para manter a oferta de carne a curto prazo. Especialistas alertam que essa estratégia pode comprometer a produção futura e elevar ainda mais os preços, que já estão em alta, com bois sendo vendidos a US$ 230.
Além disso, a ameaça de uma praga, a mosca-da-bicheira, que afeta rebanhos no México, levou os EUA a suspender importações do país, aumentando a pressão sobre a oferta interna. A praga, que se alimenta de carne viva, representa um risco significativo para a pecuária americana, e autoridades temem que sua chegada ao Texas possa causar danos econômicos substanciais. O cenário atual levanta preocupações sobre a continuidade do aumento nos preços da carne bovina, afetando diretamente os consumidores e a indústria alimentícia.