O aumento de tarifas de importação anunciado pelo presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, provocou reações no Congresso Nacional e preocupações entre setores da economia brasileira. A medida, que eleva a alíquota de importação para 50% sobre diversos produtos brasileiros a partir de 1º de agosto, afeta segmentos estratégicos como petróleo, aço, carne bovina, café, suco de laranja e aeronaves, impactando diretamente empresas como a Embraer, que obtém cerca de 24% de sua receita com vendas para os EUA.
O presidente da Câmara dos Deputados, Hugo Motta (Republicanos-PB), declarou que a Casa está pronta para agir em defesa da economia nacional e que já conversou com o vice-presidente Geraldo Alckmin e o presidente da Embraer, Francisco Gomes Neto, sobre os efeitos da nova tarifa. Motta ressaltou que o Congresso acompanhará de perto os desdobramentos e que a Lei da Reciprocidade Econômica permite ao Brasil responder na mesma medida em casos de sanções, embora tenha enfatizado a importância do diálogo diplomático antes de qualquer retaliação.
O governo federal ainda avalia a possibilidade de retaliação, com uma decisão a ser tomada após a entrada em vigor da tarifa. O presidente Luiz Inácio Lula da Silva criticou a postura americana e afirmou que buscará negociar com os EUA, destacando a necessidade de respeito nas relações comerciais. A escalada comercial entre os dois países já gerou tensão no mercado financeiro, com o dólar apresentando leve alta e o Ibovespa em queda.
Economistas alertam que uma resposta brasileira com tarifas equivalentes pode ter efeitos inflacionários, pressionando os preços e dificultando a redução da taxa de juros, atualmente em 15%. Apesar das preocupações, o Ministério da Fazenda acredita que o impacto sobre o crescimento do PIB em 2025 será limitado e concentrado em setores específicos.