As autoridades de saúde do Rio Grande do Sul estão em alerta com o aumento dos casos de hepatite A em 2025. Até julho, foram confirmados 193 diagnósticos, quase superando o total do ano anterior. Os dados, fornecidos pelo Ministério da Saúde e pela Secretaria da Saúde do Estado (SES), indicam que a maioria dos casos ocorre em homens entre 20 e 49 anos. A hepatite A é uma infecção viral que causa inflamação no fígado, sendo transmitida principalmente por meio de relações sexuais e pela falta de saneamento básico.
O médico Hugo Cheinquer, do Hospital de Clínicas de Porto Alegre, destaca que a incidência da doença reflete as condições socioeconômicas das comunidades. Ele observa que em regiões com bom saneamento, é comum que pessoas mais velhas não tenham sido expostas ao vírus, enquanto em áreas mais pobres, a exposição pode ocorrer desde a infância. Entre 2000 e 2024, 76 pessoas morreram no estado devido a complicações da hepatite A.
Embora o cenário atual seja preocupante, a SES informa que não se pode considerar um surto, já que não há vínculos claros entre os casos. A farmacêutica Ana Carolina Almeida menciona que o aumento é localizado em cidades como Porto Alegre, Cachoeirinha e São Leopoldo. Desde maio, a vacina contra a hepatite A está disponível para adultos que utilizam Profilaxia Pré-Exposição (PrEP) e também para crianças e portadores de comorbidades específicas, sendo oferecida pelo Sistema Único de Saúde (SUS). A vacina é administrada em duas doses e é considerada segura, com eficácia de 99% na prevenção da doença.