Uma pesquisa da Universidade de São Paulo (USP) revelou um aumento alarmante no número de ataques de macacos-prego a visitantes de parques ecológicos, com oito incidentes registrados apenas neste ano em um parque localizado em Anápolis, Goiás. O estudo, que já dura três anos, investiga o comportamento desses primatas no Brasil e na Argentina, sugerindo que a convivência com humanos e mudanças em seu habitat natural podem estar contribuindo para essa agressividade.
A coordenadora da pesquisa, Patrícia Izar, destaca que a prática comum de alimentar os macacos é um dos principais fatores que alteram seu comportamento. "Quando as pessoas trazem alimentos, como amendoim e milho, os macacos associam esses itens a uma fonte de alimento, o que pode levar a situações de conflito quando a comida é retirada", explica Izar. Essa interação inadequada transforma os humanos em competidores na visão dos primatas, resultando em ataques.
Além disso, a pesquisa aponta que os macacos-prego estão mudando seus hábitos alimentares, passando a enxergar os visitantes como fontes de comida fácil. A ingestão de alimentos impróprios, como restos de refeições, pode prejudicar a saúde dos animais. O aposentado Dialmas Mendes da Paixão, que frequenta a área, observa que a insistência das pessoas em alimentar os macacos é prejudicial e pode provocar doenças nos primatas.
A Agência Municipal de Meio Ambiente (AMMA) tem promovido campanhas de conscientização para alertar os visitantes sobre os riscos de alimentar os macacos e a importância de preservar o ecossistema local. Os macacos-prego desempenham um papel crucial na dispersão de sementes e na manutenção do equilíbrio ambiental, sendo essenciais para a saúde das florestas onde habitam.