Com a chegada das férias e o aumento das temperaturas, Goiás registra um crescimento alarmante no número de acidentes relacionados a mergulhos em águas rasas. Especialistas do Hospital de Urgências de Goiás Dr. Valdemiro Cruz (Hugo) alertam para os riscos de lesões na coluna cervical, que podem resultar em paralisia irreversível ou até morte. A prática, comum em rios, cachoeiras e piscinas, é frequentemente associada ao consumo de bebidas alcoólicas.
De acordo com a ortopedista Luna Mangueira, especialista em coluna, o período de julho a setembro é crítico, com um aumento visível nos atendimentos. "No ano passado, atendemos quatro vítimas em uma única semana, um padrão que se repete anualmente", destaca a médica. A maioria das vítimas tem entre 15 e 40 anos e, em muitos casos, estava sob efeito de álcool, que reduz o senso de risco e leva a decisões perigosas.
Os locais mais perigosos incluem rios de água turva, bordas de piscina e cachoeiras, onde a profundidade pode variar. "O leito pode secar e enganar até quem conhece o local. Em piscinas, a profundidade de 1,5 metro não é adequada para mergulho de ponta", alerta Luna. Para evitar tragédias, os médicos recomendam não mergulhar em locais desconhecidos e avaliar a segurança antes de saltar.
Em caso de acidentes, é fundamental manter o pescoço da vítima imóvel e acionar o socorro médico imediatamente. "A forma de retirada pode definir o futuro do paciente", enfatiza a médica. Além disso, brincadeiras que envolvem empurrar ou jogar pessoas na água devem ser evitadas, pois a maioria das ocorrências graves resulta de descuidos e atitudes impensadas.