O Atlético-MG vive um momento crítico em sua gestão financeira, após o atacante Rony acionar o clube na Justiça pedindo rescisão contratual devido a atrasos no pagamento de FGTS, luvas e direitos de imagem. Outros jogadores, como Gustavo Scarpa, Igor Gomes e Guilherme Arana, também notificaram a diretoria por motivos semelhantes, evidenciando a fragilidade da situação econômica do clube. Apesar de Rony ter sido convencido a permanecer, a situação revela os desafios enfrentados pela equipe.
A implementação do modelo de Sociedade Anônima do Futebol (SAF) não tem sido suficiente para sanar as dificuldades financeiras do Atlético-MG, que acumula uma dívida de R$ 1,8 bilhão, conforme o último balanço financeiro. Essa dívida compromete o fluxo de caixa e impede o cumprimento de obrigações de curto prazo, como salários e pagamentos a outras equipes. A venda de 75% da SAF ao grupo dos "4Rs" por R$ 913 milhões, aprovada em julho de 2023, não resolveu os problemas imediatos do clube.
Em coletiva de imprensa, Rafael Menin, um dos investidores, reconheceu que a trajetória da dívida não apresentou os resultados esperados. Ele destacou que a dívida onerosa com bancos e a necessidade de concluir a Arena MRV somam cerca de R$ 900 milhões, além de R$ 300 milhões relacionados ao Profut. O Atlético-MG, mesmo diante das dificuldades, manteve um padrão elevado de investimento no mercado, com gastos em contratações que totalizam aproximadamente R$ 150 milhões.
O Conselho Deliberativo do clube agendou uma reunião para 4 de agosto, onde será discutida uma alteração na cláusula antidiluição, que pode reduzir a participação do clube associativo na SAF. Essa mudança é considerada essencial para viabilizar uma nova rodada de investimentos estimada em R$ 200 milhões. O CEO Bruno Muzzi afirmou que a revisão da cláusula é necessária para atrair novos investidores e aliviar a situação financeira, embora ainda não haja um prazo definido para o próximo aporte.