A ativista Maha Mamo, reconhecida por sua luta em prol dos apátridas, compartilhou suas experiências de migração e a importância do amor em sua vida em uma entrevista à Agência Brasil. Nascida em Beirute, Líbano, em 1988, Maha e sua irmã Souad foram as primeiras pessoas a serem reconhecidas como apátridas no Brasil, vivendo sem nacionalidade por 30 anos devido a restrições legais em seus países de origem.
Maha destacou que a migração é muitas vezes uma necessidade, e não uma escolha, refletindo sobre a falta de empatia que muitos imigrantes enfrentam. "Ninguém gostaria de sair de seu próprio país, mas muitos buscam melhores condições de vida", afirmou. Ela enfatizou a importância de cultivar a empatia e a gentileza em um mundo que frequentemente ignora as dificuldades enfrentadas pelos migrantes.
Após chegar ao Brasil em 2014, Maha obteve a nacionalidade brasileira em 2018, um marco significativo em sua vida. Com uma trajetória marcada por desafios, ela agora luta para que outras pessoas não enfrentem a mesma situação de apatridia, apoiando a extinção de leis que perpetuam essa condição. Atualmente, segundo a Acnur, existem cerca de 4,4 milhões de apátridas no mundo.
Além de sua luta pelos direitos dos apátridas, Maha também refletiu sobre a natureza do amor e da felicidade, afirmando que "o tempo não é dinheiro, mas sim o que escolhemos fazer com ele e com quem o compartilhamos". Sua história é um testemunho da resiliência humana e da busca incessante por amor e aceitação em meio a adversidades.