Um estudo publicado na revista Nature em 2025 revela que o aquecimento global pode resultar na perda de 120 calorias por pessoa, por dia, o que representa um risco crescente à segurança alimentar e financeira mundial. A pesquisa indica que a instabilidade no sistema alimentar pode provocar choques em cascata nos mercados, incluindo inflação e estresse no crédito soberano, mas esses riscos ainda são amplamente ignorados pelos sistemas financeiros centrais.
Os modelos climáticos sugerem que, sob cenários de altas emissões, os rendimentos de culturas básicas, como trigo, milho e soja, podem cair entre 20% e 35% até o final do século. Essa redução nos rendimentos agrícolas pode levar a choques de oferta, aumentando a inflação e pressionando os bancos centrais a elevar as taxas de juros, o que afeta diretamente os países importadores de alimentos.
Daniel Blaustein-Rejto, diretor de alimentos e agricultura do Breakthrough Institute, alerta que, embora não se espere um colapso imediato dos rendimentos, as mudanças climáticas desacelerarão o crescimento agrícola, desestabilizando mercados que dependem de expectativas de ganhos consistentes. Além disso, o mercado de seguros enfrenta dificuldades em precificar o risco climático, com apenas 20% a 30% dos agricultores europeus possuindo cobertura para perdas relacionadas ao clima, o que agrava a vulnerabilidade do setor.