As autoridades brasileiras estão em alerta após um aumento significativo nas apreensões de fetos de lhamas, considerados sagrados na Bolívia, na fronteira entre Brasil e Bolívia, especificamente em Corumbá (MS). Desde 2024, cerca de 400 fetos mumificados foram confiscados de estrangeiros tentando entrar ilegalmente no Brasil, o que levanta preocupações sobre riscos sanitários e de saúde pública.
Os fetos apreendidos eram destinados ao mercado exotérico de São Paulo, conforme revelado por depoimentos coletados pela Receita Federal. O Ministério da Agricultura e Pecuária (Mapa) destacou que a entrada de animais mortos no país representa uma ameaça à saúde pública e ao setor agropecuário, exigindo medidas rigorosas de controle na fronteira.
O uso de fetos de lhamas em rituais religiosos na Bolívia, onde são oferecidos à deusa Pachamama, é uma prática cultural que remonta a tradições antigas. Especialistas afirmam que esses rituais, que envolvem elementos sagrados, refletem a conexão espiritual dos povos indígenas com a natureza e suas divindades. A apreensão desses itens, portanto, não apenas representa uma questão de segurança, mas também um desafio à preservação cultural e ao entendimento das tradições andinas.