Um estudo recente do Censo da Educação Básica, realizado pelo Inep, revelou que apenas 15,7% das escolas públicas brasileiras possuem psicólogos educacionais. O levantamento, publicado pelo g1, destaca a lentidão na implementação da Lei nº 13.935/2019, que torna obrigatória a presença de psicólogos e assistentes sociais na educação básica. Se o crescimento atual de 2,47 pontos percentuais ao ano continuar, o Brasil levará mais de 30 anos para cumprir integralmente a legislação.
Desde a sanção da lei em 2019, o número de escolas com esses profissionais aumentou de 5,8% em 2020 para a atual porcentagem, mas a expansão ainda é considerada tímida. Renata Grinfeld, coordenadora pedagógica da Roda Educativa, enfatiza a importância da presença de psicólogos nas escolas para garantir um ambiente acolhedor e protetivo para crianças e adolescentes, alertando que a falta desse suporte pode levar os jovens a buscar ajuda em locais inseguros.
Os dados também revelam desigualdades significativas entre os estados. Enquanto o Espírito Santo apresenta 65,1% de cobertura, estados como Rio Grande do Sul, Paraná e Rio Grande do Norte têm apenas 1 em cada 1.000 escolas com psicólogos. Em São Paulo, 650 profissionais atendem até oito escolas cada, com um enfoque em atendimentos coletivos e encaminhamentos para Unidades Básicas de Saúde quando necessário. O Ministério da Educação (MEC) está monitorando a implementação da lei por meio de programas de apoio à saúde na escola.