Um levantamento da Frente Nacional dos Prefeitos revela que apenas 10% dos municípios brasileiros disponibilizam consultas médicas online, evidenciando a carência de infraestrutura na saúde pública. A falta de equipamentos básicos, como computadores e internet de alta velocidade, limita o acesso a esse serviço, especialmente em regiões como Norte, Nordeste e Centro-Oeste, onde a escassez de médicos é mais crítica.
Entre os cidadãos afetados, o metalúrgico Giovaldo Santos relata dificuldades em conseguir uma consulta com um neurologista há mais de dois anos. Em contrapartida, o estudante Mauro Sergio Silva elogia a facilidade das consultas digitais, que realiza semanalmente com um especialista em saúde mental. A teleconsulta, realizada em unidades básicas de saúde, pode ser uma solução para melhorar o acesso ao Sistema Único de Saúde (SUS).
O Ministério da Saúde, que estima que a telessaúde pode reduzir em 30% o tempo de atendimento no SUS, incluiu o programa no PAC da Saúde, prevendo um investimento de R$ 300 milhões. Em iniciativas locais, como um projeto piloto no Rio de Janeiro, a telemedicina tem mostrado resultados positivos, com a fila de espera nas unidades básicas de saúde diminuindo em 20%.
A secretária de Informação e Saúde Digital do Ministério da Saúde, Ana Castela Hadad, destaca que a telessaúde é uma estratégia eficaz para ampliar o acesso aos serviços de saúde, especialmente em áreas com escassez de profissionais. A telemedicina se apresenta, assim, como uma alternativa viável para atender a demanda crescente por serviços de saúde no Brasil.