A possibilidade de aprovação de uma anistia para os envolvidos nos atos golpistas de 8 de janeiro no Congresso Nacional se torna cada vez mais remota. A avaliação é de líderes da Câmara dos Deputados, que apontam a recente aplicação da Lei Magnitsky pelo governo dos Estados Unidos ao ministro do Supremo Tribunal Federal (STF), Alexandre de Moraes, como um fator que agrava a situação. Segundo um deputado que pediu para não ser identificado, "a cada dia a situação só piora".
As tarifas de 50% impostas pelo ex-presidente Donald Trump e a declaração do deputado federal Eduardo Bolsonaro (PL-SP), que condiciona a anistia a um apoio amplo e irrestrito, intensificam as tensões entre Brasil e Estados Unidos. Eduardo também alertou que os presidentes do Senado, Davi Alcolumbre (União-AP), e da Câmara, Hugo Motta (Republicanos-PB), podem ser alvos da Lei Magnitsky, que impõe sanções financeiras a estrangeiros acusados de corrupção ou violações de direitos humanos.
Em resposta às sanções, o secretário de Estado americano, Marco Rubio, afirmou que as medidas contra Moraes devem servir como um alerta às autoridades brasileiras. Motta, por sua vez, defendeu a soberania do Brasil e criticou as sanções estrangeiras, enquanto Alcolumbre reafirmou a confiança nas instituições brasileiras, destacando a importância do Poder Judiciário para a preservação da soberania nacional. O clima para a anistia já era desfavorável desde o início do recesso parlamentar, com a maioria dos ministros e membros do Centrão considerando a possibilidade de um abrandamento das penas para alguns detidos como a única solução viável.