O projeto de anistia ao ex-presidente Jair Bolsonaro, que contava com o apoio de seus aliados, deve ser adiado para discussão após o recesso legislativo. A expectativa inicial era de que a votação ocorresse ainda neste semestre, mas a recente deterioração do clima político no Congresso, agravada pelas tarifas impostas por Donald Trump a produtos brasileiros e pela pressão sobre o Supremo Tribunal Federal (STF), dificultou o avanço da proposta.
Nesta segunda-feira (14), a Procuradoria-Geral da República (PGR) protocolou um pedido de condenação contra Jair Bolsonaro e outros sete réus, acusando-os de liderar uma organização criminosa golpista. O procurador-geral Paulo Gonet afirma que Bolsonaro é o principal articulador dos atos que visam a ruptura do Estado democrático de Direito, podendo enfrentar mais de 40 anos de prisão.
Além das ações da PGR, lideranças de esquerda na Câmara dos Deputados intensificaram a cobrança por medidas judiciais contra Bolsonaro e seu filho, Eduardo, que é acusado de articular sanções econômicas contra o Brasil durante uma visita aos Estados Unidos. O Diretório Nacional do PT já protocolou um pedido de cassação do mandato de Eduardo, alegando que suas ações contribuíram para a imposição de tarifas de 50% sobre produtos brasileiros.
Os deputados também solicitaram a inclusão de Jair e Flávio Bolsonaro em investigações por diversos crimes, incluindo obstrução de Justiça e atentado à soberania nacional. A deputada Erika Hilton (Psol-SP) ainda pediu o bloqueio de bens da família Bolsonaro, citando conspirações contra o país. A situação se torna cada vez mais crítica para o ex-presidente, que enfrenta um cenário político adverso e crescente pressão judicial.