SÃO PAULO – A Agência Nacional de Energia Elétrica (Aneel) expressou incertezas sobre um parâmetro crucial para o leilão agendado para esta sexta-feira, que visa resolver um passivo de R$ 1 bilhão relacionado ao risco hidrológico (GSF) no mercado de energia de curto prazo. Durante uma reunião nesta terça-feira, o diretor Fernando Mosna solicitou vistas do processo e sugeriu que a Aneel considerasse a suspensão do leilão devido à indefinição sobre a taxa de desconto (WACC) a ser utilizada.
Mosna destacou que existem duas taxas de WACC a serem consideradas: 9,63%, que é a taxa aplicada em situações semelhantes, e 10,94%, conforme uma portaria específica do governo para este leilão. Essa incerteza sobre o parâmetro é significativa, pois impacta diretamente os benefícios que os vencedores do leilão terão ao adquirir os títulos de dívidas do GSF, conforme reconhecido pelos diretores da Aneel.
O leilão, que visa negociar títulos de dívidas do GSF, é especialmente relevante em um contexto onde cerca de R$ 1 bilhão está pendente, principalmente por pequenas centrais hidrelétricas (PCHs), devido a uma longa judicialização do setor. Grandes empresas do setor elétrico, como Auren, Cemig e Engie, estão de olho nessa oportunidade, já que poderão adquirir esses títulos e, em contrapartida, estender a validade de suas concessões de geração por até sete anos. Embora a Aneel não organize o leilão, que está sob responsabilidade da Câmara de Comercialização de Energia Elétrica (CCEE), seu papel será fundamental na definição das extensões das outorgas das hidrelétricas vencedoras.