As novas taxas americanas sobre importações brasileiras, que entrarão em vigor em 1º de agosto, não devem causar grandes impactos nas empresas de commodities do Brasil, segundo análise do Citi. Em relatório divulgado na quarta-feira (9), os analistas destacaram que a maioria das empresas exporta apenas uma pequena fração de suas vendas para os Estados Unidos, com exceção da Suzano, que possui a maior participação de vendas para o mercado americano, cerca de 15%. Apesar de possíveis fricções no curto prazo, os especialistas não esperam consequências significativas no médio e longo prazo.
O relatório também menciona que o aumento do risco geopolítico pode levar a uma elevação na taxa de câmbio. Na mesma data, o contrato futuro do dólar subiu 3%, fechando a R$ 5,516. Os analistas afirmaram que, se essa tendência se concretizar, pode haver um impacto positivo para as empresas, já que muitos de seus custos são denominados em reais.
No setor de petróleo e gás, o Citi observou que a dependência dos EUA em relação ao comércio internacional é baixa, e o Brasil exporta apenas cerca de 200 mil barris de petróleo por dia para o país, volume que pode ser redirecionado. No agronegócio, a análise aponta que, embora os EUA sejam grandes importadores de açúcar, a maior parte desse volume não provém do Brasil devido a cotas de exportação. Já no setor de etanol, os EUA continuam a importar do Brasil, devido à menor pegada de carbono do produto brasileiro, mesmo com a imposição de tarifas.