A Academia Brasileira de Letras (ABL) elegeu, nesta quinta-feira (10), a escritora Ana Maria Gonçalves para a cadeira de número 33, tornando-a a primeira mulher negra a ocupar uma posição na instituição em seus 128 anos de história. Gonçalves recebeu 30 votos, enquanto sua concorrente, Eliane Potiguara, obteve 1 voto.
Ana Maria Gonçalves, natural de Ibiá, Minas Gerais, é reconhecida por sua obra que entrelaça memória e ancestralidade africana. Ela assume a cadeira que anteriormente pertencia ao gramático Evanildo Bechara, falecido em maio deste ano aos 97 anos. A escritora, que já atuou como empresária e publicitária, é autora de livros significativos, incluindo "Um defeito de cor", que retrata a história do Brasil sob a perspectiva de uma mulher negra e foi considerado um dos mais importantes do século XXI.
A eleição de Gonçalves é vista como um marco na ABL, simbolizando a diversidade e a inclusão na literatura brasileira. A historiadora Lilia Schwarcz e o músico Gilberto Gil destacaram a importância dessa conquista, que representa uma ampliação da presença da Academia na vida cultural do país. Em sua declaração, Gonçalves expressou sua honra e responsabilidade ao assumir a cadeira, ressaltando a importância de sua ancestralidade e a tradição que a acompanha.
Com essa eleição, a ABL reafirma seu compromisso com a diversidade e a relevância da literatura contemporânea, abrindo espaço para novas vozes que refletem a pluralidade da sociedade brasileira.