Ana Maria Gonçalves, escritora mineira e autora do aclamado romance 'Um Defeito de Cor', foi eleita no dia 10 de julho para a cadeira 5 da Academia Brasileira de Letras (ABL). Com 30 dos 31 votos possíveis, ela superou 13 concorrentes e fez história ao se tornar a primeira mulher negra a integrar a instituição em seus 127 anos de existência. Sua eleição é um marco significativo para a representatividade negra e feminina na literatura brasileira.
Antes de Gonçalves, outras mulheres negras, como a renomada Conceição Evaristo, tentaram uma vaga na ABL, mas sem sucesso. A eleição de Ana Maria representa um rompimento com um histórico de exclusão e um avanço nas discussões sobre diversidade e equidade em instituições culturais tradicionais do Brasil.
Com sua entrada, Ana Maria Gonçalves se torna a 13ª mulher a ocupar uma cadeira na ABL, que atualmente conta com cinco acadêmicas em atividade. Desde a primeira mulher a integrar a academia, Rachel de Queiroz, em 1977, outras figuras notáveis como Lygia Fagundes Telles e Fernanda Montenegro também fizeram parte da instituição. Até o momento, a ABL teve apenas duas presidentes mulheres: Nélida Piñon e Ana Maria Machado.