Analistas do mercado financeiro projetam resultados mistos para a Ambev (ABEV3) no segundo trimestre de 2025, com a divulgação dos números marcada para o dia 31 de julho. Entre os principais desafios estão o aumento de custos e uma desaceleração nas vendas, especialmente na divisão de cervejas no Brasil, que enfrenta um ambiente de consumo fraco e pressões competitivas. O Bradesco BBI estima que a receita líquida consolidada da companhia deve alcançar R$ 20,8 bilhões, um crescimento de 4% em relação ao ano anterior, enquanto o lucro antes de juros, impostos, depreciação e amortização (Ebitda) deve ser de R$ 6,1 bilhões, com alta de 6%.
Na divisão de cervejas, a expectativa é de uma queda de 1,7% nos volumes vendidos, impactada por um aumento de preços após o Carnaval e uma perda de participação de mercado. Apesar disso, a receita líquida por hectolitro deve crescer 4,1%, superando o aumento de 2,4% registrado no primeiro trimestre. O BTG Pactual, por sua vez, prevê uma queda de 2,9% nos volumes de cerveja, com preços subindo 4,9%, e uma margem Ebitda estável em 29,6%, interrompendo uma sequência de nove trimestres de expansão.
Os analistas também destacam que o custo caixa por hectolitro deve aumentar 5,7%, o que pode pressionar as margens no segundo semestre. Para o segmento de bebidas não alcoólicas, a expectativa é de um crescimento de 1% nos volumes, impulsionado por um aumento de 8% nos preços médios. A projeção para o Ebitda nesse segmento é de R$ 575 milhões, com margem estável de 27,7%.
No cenário internacional, a Ambev enfrenta desafios semelhantes, com a América Central e Caribe prevendo uma queda de 3,5% nos volumes, enquanto o Canadá deve registrar estabilidade nas vendas e um crescimento de 17% no Ebitda. As expectativas para a América Latina Sul são de um crescimento tímido, refletindo um ambiente econômico desafiador.