O vice-presidente e ministro do Desenvolvimento, Indústria, Comércio e Serviços, Geraldo Alckmin, afirmou nesta quinta-feira (17) que ações judiciais não devem ser utilizadas como justificativa para tarifas comerciais. A declaração foi feita durante uma coletiva de imprensa, logo após o presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, solicitar a interrupção do julgamento contra o ex-presidente Jair Bolsonaro, que enfrenta acusações de tentativa de golpe de Estado em 2022.
Trump, em uma carta divulgada, mencionou o caso de Bolsonaro como um dos motivos para a imposição de uma tarifa de 50% sobre importações brasileiras, que entrará em vigor em 1º de agosto de 2025. Alckmin, por sua vez, destacou que "judiciário e tarifas são coisas que não têm nenhum nexo entre uma coisa e outra", enfatizando a necessidade de buscar soluções comerciais.
A tarifa imposta por Trump pode encarecer produtos brasileiros no mercado norte-americano, afetando a competitividade dos exportadores do Brasil. Alckmin expressou a intenção de negociar com os Estados Unidos e mencionou que ainda não recebeu resposta sobre uma carta enviada ao governo americano em 15 de julho, na qual buscava dialogar sobre a questão.
O ministro também anunciou uma reunião com empresários e representantes de setores afetados, marcada para as 15h de amanhã (18), no âmbito de um comitê de trabalho dedicado ao tema. Alckmin reiterou a meta de ampliar as relações comerciais entre Brasil e Estados Unidos, afirmando: "Queremos ampliar o comércio. Podemos ter uma meta de ampliação ainda mais ambiciosa entre Brasil e Estados Unidos".