O vice-presidente do Brasil, Geraldo Alckmin, manifestou nesta terça-feira (9) sua desaprovação às novas tarifas comerciais anunciadas pelo ex-presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, que afetarão produtos brasileiros. Alckmin, que também ocupa o cargo de ministro do Desenvolvimento, Indústria, Comércio e Serviços, afirmou que as medidas são injustas e prejudiciais à economia americana, destacando a longa relação de amizade entre Brasil e EUA, que já dura 200 anos.
As declarações de Alckmin ocorreram após Trump ter afirmado que o Brasil seria notificado formalmente sobre novas taxas de importação, com início em 1º de agosto. Durante um evento na Casa Branca, o ex-presidente criticou o Brasil, alegando que o país não tem sido favorável aos interesses americanos. Em resposta, Alckmin ressaltou que o Brasil não representa um problema para os EUA e que, na verdade, há um superávit comercial americano em relação ao Brasil.
Além disso, Trump anunciou a intenção de aplicar uma tarifa adicional de 10% a países membros do Brics, grupo que inclui o Brasil e outras nações emergentes. O presidente Luiz Inácio Lula da Silva reagiu à declaração, afirmando que os países do Brics são soberanos e que o Brasil defende o multilateralismo. Dados do Ministério do Desenvolvimento indicam que os EUA têm um superávit de US$ 88,61 bilhões com o Brasil desde 2009, o que contradiz a justificativa de Trump para as novas tarifas.
A medida de Trump faz parte de uma ofensiva global, com notificações a mais de 20 países, e reflete uma estratégia política e geopolítica visando fortalecer sua posição em negociações futuras, caso retorne à presidência. As tarifas propostas variam entre 25% e 40%, com início previsto para 1º de agosto de 2025.