A Associação dos Juízes do Rio Grande do Sul (Ajuris) anunciou a abertura de um processo de expulsão da juíza Angélica Chamon Layoun, que foi demitida do Tribunal de Justiça do Estado por supostas fraudes em métricas de produção. A notificação foi enviada à magistrada, informando que a expulsão pode resultar na perda de títulos e da qualidade de magistrada ou pensionista. Angélica terá dez dias para apresentar sua defesa ao Conselho Executivo da Ajuris.
O advogado de Angélica, Fábio Medina Osório, criticou a decisão da Ajuris, alegando que a tentativa de expulsão fere o princípio da presunção de inocência, uma vez que o caso ainda está sendo discutido no Conselho Nacional de Justiça (CNJ). Ele afirmou que a juíza irá recorrer da decisão e nega qualquer conduta ilícita por parte dela.
Angélica Chamon Layoun, que atuou na Justiça gaúcha entre julho de 2022 e setembro de 2023, foi alvo de uma das sanções mais severas para magistrados, sendo acusada de utilizar um modelo padronizado para emitir cerca de 2 mil despachos sem análise individualizada. Além disso, a juíza enfrenta uma ação penal movida pelo Ministério Público do Rio Grande do Sul. A demissão foi aprovada pelo Órgão Especial do Tribunal em fevereiro de 2025 e o caso transitou em julgado em maio do mesmo ano.