Goiânia – A degradação das fontes hídricas devido à expansão urbana e atividades humanas tem levado à busca por alternativas, como as águas subterrâneas. Esses aquíferos, que armazenam 99% da água doce do planeta, são essenciais para a manutenção de ecossistemas aquáticos e para a segurança hídrica global, conforme relatório da ONU de 2022. No entanto, o uso excessivo e a contaminação ameaçam sua viabilidade, podendo resultar no colapso do solo acima deles.
No Brasil, a Associação Brasileira de Águas Subterrâneas (ABAS) estima que os aquíferos fornecem cerca de 2.400 quilômetros cúbicos de água doce anualmente para os rios. O país abriga dois dos maiores aquíferos do mundo: o Amazonas e o Guarani, que juntos armazenam mais de 199 mil quilômetros cúbicos de água. Apesar de sua importância, apenas 17,7% da população brasileira é atendida por esse recurso, que é vital para o abastecimento de cidades como Ribeirão Preto (SP) e Natal (RN).
O engenheiro civil José Vicente Granato de Araújo, professor da Universidade Federal de Goiás, destaca que 36% dos municípios brasileiros dependem exclusivamente de águas subterrâneas. Ele alerta que, sem uma gestão adequada, esse recurso pode se esgotar, comprometendo o desenvolvimento social e econômico das regiões. A boa governança e a conservação das águas subterrâneas são fundamentais para garantir a sustentabilidade hídrica até 2030, conforme preconiza a Agenda de Desenvolvimento Sustentável da ONU.