A Advocacia-Geral da União (AGU) requisitou ao ministro Alexandre de Moraes, do Supremo Tribunal Federal (STF), a investigação de movimentações atípicas no mercado de câmbio realizadas antes do anúncio de tarifas comerciais pelos Estados Unidos, no dia 19 de julho. O pedido surge no contexto do inquérito que apura a atuação do deputado federal licenciado Eduardo Bolsonaro (PL-SP) em relação a autoridades brasileiras.
No documento, a AGU aponta indícios de uso de informação privilegiada em operações de compra e venda de dólar, que ocorreram horas antes do anúncio das tarifas. A solicitação inclui a comunicação à Procuradoria-Geral da República (PGR) e à Comissão de Valores Mobiliários (CVM) para que sejam tomadas as devidas providências.
As operações levantaram suspeitas de que agentes do mercado teriam se beneficiado de informações sigilosas, com potencial para lucros expressivos em curto prazo. A AGU menciona uma publicação do investidor Spencer Hakimian, que previu ganhos de até 50% com base em informações antecipadas sobre as sanções.
Além disso, a AGU destaca que os fatos podem configurar crime de uso indevido de informação relevante, com pena de reclusão de 1 a 5 anos, e vê uma conexão direta com a investigação em curso sobre Eduardo Bolsonaro, que envolve supostas tentativas de coação ao Judiciário brasileiro. O documento cita ainda a intenção de criar uma crise econômica no Brasil como forma de pressão política sobre o Judiciário.