A Advocacia Geral da União (AGU) protocolou neste sábado (19 de julho de 2025) um pedido ao Supremo Tribunal Federal (STF) para investigar investimentos realizados no Brasil horas antes do anúncio do tarifaço pelo presidente dos Estados Unidos, Donald Trump. O inquérito está relacionado ao deputado licenciado Eduardo Bolsonaro (PL-SP) e busca apurar possíveis irregularidades no uso de informações privilegiadas no mercado cambial brasileiro.
No documento enviado ao ministro Alexandre de Moraes, relator do caso, a AGU destaca a necessidade de investigar operações cambiais significativas realizadas em 9 de julho de 2025, data que antecedeu o anúncio das tarifas. O pedido foi assinado pelo advogado-geral da União substituto, Flavio José Roman, e menciona reportagens que revelaram movimentações financeiras que poderiam indicar o uso indevido de dados sigilosos.
A AGU aponta que essas operações podem ter beneficiado indivíduos ou empresas que tiveram acesso antecipado a informações relevantes, possibilitando lucros expressivos em um curto período. Um investidor, Spencer Hakimian, chegou a mencionar ganhos potenciais de até 50% em transações baseadas em tais informações.
Caso as suspeitas sejam confirmadas, a AGU alerta que a conduta pode configurar crime de uso indevido de informação relevante, com penas que variam de 1 a 5 anos de reclusão, além de multa. O órgão também solicitou que a Procuradoria Geral da República (PGR) e a Comissão de Valores Mobiliários (CVM) sejam informadas sobre o andamento das investigações.