A Advocacia Geral da União (AGU) solicitou à Polícia Federal e à Comissão de Valores Mobiliários (CVM) a investigação de possíveis práticas de uso de informações privilegiadas no mercado cambial brasileiro. O pedido, feito em caráter de urgência, visa apurar se investidores lucraram com a especulação envolvendo o real e o dólar antes e depois do anúncio de tarifas elevadas pelo presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, em 9 de julho.
Uma reportagem do Jornal Nacional revelou um movimento atípico de compra e venda de dólares no dia do anúncio, com destaque para uma operação significativa realizada por volta das 13h30, horas antes da declaração oficial de Trump. Segundo especialistas, um investidor adquiriu entre US$ 3 bilhões e US$ 4 bilhões a uma cotação de R$ 5,46, para posteriormente vender a R$ 5,60, logo após o anúncio, obtendo um lucro considerável.
Esse tipo de movimentação já foi observado em ocasiões anteriores, como nas tarifas impostas por Trump à África do Sul e à União Europeia. Enquanto isso, os democratas nos Estados Unidos tentam abrir uma investigação no Congresso sobre o assunto, mas enfrentam dificuldades, uma vez que a eficácia de uma investigação depende de funcionários próximos ao presidente Trump, tornando a possibilidade de sucesso remota.