A Advocacia-Geral da União (AGU) iniciou uma investigação para apurar possíveis lucros de corretoras após o anúncio de tarifas de 50% sobre as exportações brasileiras, feito pelo presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, no último domingo. A medida, que visa aumentar a pressão sobre o Brasil, coincide com movimentações atípicas no mercado de contratos futuros de dólar, levantando suspeitas sobre o acesso a informações privilegiadas.
O secretário de Comércio dos EUA, Howard Lutnick, que também controla a corretora BGC Partners, anunciou a manutenção do prazo para a imposição das tarifas. Em um intervalo de apenas 75 minutos, a corretora e outras duas empresas, BTG Pactual e Tullet Prebon, realizaram operações que somaram mais de R$ 6,6 bilhões, representando quase 10% do total negociado no dia. O anúncio de Trump ocorreu às 16h17, após essas transações.
A movimentação financeira levantou questionamentos sobre a possibilidade de que Lutnick e outros investidores tivessem acesso a informações antes do anúncio oficial. A AGU busca esclarecer se houve conluio entre os agentes públicos e privados, uma vez que a proximidade entre Lutnick e os interesses da corretora pode indicar um conflito de interesse. O Supremo Tribunal Federal também autorizou a investigação para determinar a legalidade das operações realizadas.
A situação evidencia a complexidade das relações entre o setor público e privado nos Estados Unidos, especialmente em um contexto onde decisões políticas podem impactar diretamente o mercado financeiro. A AGU visa garantir a transparência e a integridade nas operações comerciais que envolvem o Brasil e os Estados Unidos.