Profissionais de saúde no Brasil enfrentam um aumento alarmante de agressões físicas e verbais, com um crescimento de 68% nos casos de violência contra médicos na última década, segundo dados do Conselho Federal de Medicina (CFM). Em 2024, foram registrados 4.562 boletins de ocorrência, o maior número da série histórica, o que equivale a 12 médicos agredidos diariamente. Enfermeiros também são severamente afetados, com 80% relatando agressões no ambiente de trabalho, conforme levantamento do Conselho Regional de Enfermagem de São Paulo (Coren-SP).
Um caso emblemático ocorreu em maio, quando Karina Valverde, técnica de enfermagem de 45 anos, foi agredida por uma acompanhante de paciente em um hospital na zona oeste de São Paulo. O incidente aconteceu durante uma tentativa de organizar o fluxo de acompanhantes na sala de medicação, resultando em ferimentos físicos e um impacto emocional significativo, levando Karina a se afastar do trabalho devido a síndrome do pânico e ansiedade.
A médica Júlia Alves, que atua em um pronto-socorro infantil em Guarapari, Espírito Santo, também relatou experiências de agressões verbais e físicas, destacando que a presença de seguranças patrimoniais não é suficiente para garantir a segurança dos profissionais. A falta de apoio adequado em situações de violência tem levado muitos médicos a optarem por não denunciar os casos, temendo complicações adicionais. A situação levanta preocupações sobre a segurança dos trabalhadores da saúde e a necessidade urgente de medidas efetivas para proteger esses profissionais em suas funções.