A Associação Argentina de Futebol (AFA) e seus clubes filiados terão que arcar com um aumento significativo nas contribuições previdenciárias a partir de agosto de 2025. O governo argentino anunciou, na segunda-feira (28), a elevação da alíquota de 7,5% para 13,06%, além de um acréscimo temporário de 5,56% que será aplicado nos próximos 12 meses. A medida visa equilibrar as contas do sistema previdenciário do país, que enfrentou um déficit de 7 bilhões de pesos argentinos entre novembro de 2023 e abril de 2024, conforme declarado pelo ministro da Desregulamentação e Transformação do Estado, Federico Sturzenegger.
Sturzenegger utilizou suas redes sociais para justificar a decisão, criticando a gestão atual da AFA e afirmando que a estrutura de custos do setor tem contribuído para a crise financeira. O aumento nas contribuições exigirá que os clubes de futebol se reestruturem financeiramente para acomodar os novos valores, o que pode impactar suas operações e investimentos futuros.
O presidente argentino, Javier Milei, tem sido um crítico ativo da AFA, especialmente após a eliminação de clubes renomados como Boca Juniors e River Plate na Copa do Mundo de Clubes. Em declarações anteriores, Milei comparou a administração da AFA a regimes autoritários, reforçando a insatisfação com a gestão do presidente Claudio Tapia.
Em resposta à nova regulamentação, a AFA manifestou sua oposição, alegando que havia apresentado uma proposta alternativa ao governo para reformar o regime previdenciário do setor esportivo. A proposta, que não recebeu resposta oficial, visava um controle mais eficaz sobre as folhas salariais e um aumento nos repasses ao sistema previdenciário. A AFA também criticou a falta de justificativa para o aumento adicional de 5,56%, interpretando a medida como uma tentativa do governo de forçar a adoção de Sociedades Anônimas Desportivas (SADs) no setor esportivo.