A Associação do Futebol Argentino (AFA) e o River Plate manifestaram forte oposição ao decreto assinado pelo presidente Javier Milei, que eleva as contribuições previdenciárias dos clubes de futebol de 7,5% para 13%, além de um adicional temporário de 5,56%. A medida, anunciada na segunda-feira (28 de julho de 2025), foi considerada "confiscatória" pelas entidades, que afirmam que a mudança prejudica as instituições esportivas do país.
O aumento tributário ocorre em um contexto em que o governo argentino busca implementar um modelo de Sociedades Anônimas Desportivas (SADs), semelhante às Sociedades Anônimas do Futebol (SAFs) existentes no Brasil. A maioria dos clubes argentinos se opõe a essa proposta, que, segundo a AFA, visa pressionar as instituições sem fins lucrativos para facilitar a entrada de capital especulativo no futebol.
Em comunicado, a AFA destacou que a medida representa "mais uma forma de prejudicar as instituições" e que o governo busca sufocar os clubes para permitir a transformação em SADs. O River Plate, por sua vez, afirmou que o aumento tributário ameaça reverter os impactos econômicos positivos gerados por suas ações sociais e educativas, que contribuem com receitas genuínas em moeda estrangeira para o país.
O ministro de Desregulação da Argentina, Federico Sturzenegger, defendeu o decreto, argumentando que os clubes eram "milionários subsidiados pelos aposentados" por pagarem menos impostos do que o previsto. Ele justificou o aumento como uma medida necessária para recuperar o déficit fiscal, ressaltando que a alíquota será temporária e que os clubes devem se adaptar ao novo regime proposto pelo governo.