O escritório de advocacia britânico Pogust Goodhead anunciou que entrará com uma nova ação na Corte de Londres contra as mineradoras BHP, Vale e Samarco. As empresas são acusadas de conspiração ilícita e indução à quebra de contrato, representando mais de 620 mil vítimas do rompimento da barragem de Fundão, em Mariana (MG), ocorrido em 2015. A ação busca uma indenização de £1,3 bilhão, equivalente a aproximadamente R$ 9,8 bilhões.
Em comunicado, o escritório afirma que as mineradoras atuaram de forma coordenada para prejudicar os direitos dos atingidos, frustrando representações legais e enfraquecendo processos internacionais. A acusação inclui negociações diretas com as vítimas, sem a participação do escritório, mesmo com contratos de representação vigentes. Os advogados alegam que essa conduta se intensificou desde o início do julgamento em Londres, em outubro de 2024.
Além da ação em Londres, uma outra já foi ajuizada na Holanda contra a Vale S.A. e a Samarco Iron Ore Europe B.V., onde Pogust Goodhead representa 75.000 vítimas do desastre. O Ministério Público Federal e outras instituições também solicitaram a reabertura do Programa Indenizatório Definitivo (PID) da Samarco, que encerrou o prazo de adesão em julho, visando atender aqueles que não conseguiram se cadastrar a tempo.
Em resposta, a BHP defendeu que o Brasil é o local mais adequado para ações de compensação e negou as alegações do escritório britânico, afirmando que a demanda não possui mérito e que apresentará sua defesa no momento oportuno.