Nesta terça-feira, 29, o Ministério Público do Estado de São Paulo firmou um acordo de não persecução cível com familiares do ex-prefeito Paulo Maluf, que tem 93 anos, assegurando o pagamento de R$ 210 milhões ao município. O pacto, que também conta com a assinatura da Procuradoria-Geral do Município, é resultado de investigações sobre desvios de verbas municipais atribuídos a Maluf entre 1993 e 1998.
O acordo foi assinado por quatro filhos, uma ex-nora e um ex-genro de Maluf, além de uma offshore uruguaia e um banco brasileiro que adquiriu ações da Eucatex, pertencente à família. O promotor Silvio Antônio Marques, da Promotoria de Justiça do Patrimônio Público e Social, ressaltou que o acordo não encerra as ações civis contra o ex-prefeito, que continuam em andamento.
As investigações em relação a Maluf, sua esposa e empresas envolvidas em superfaturamento e corrupção em contratos da Prefeitura ainda estão em curso. O ex-prefeito e suas empresas são acusados de desvios que superam US$ 300 milhões, especialmente durante a construção do Túnel Ayrton Senna e da Avenida Água Espraiada.
Além disso, Maluf já foi condenado a 7 anos e 9 meses de prisão por lavagem de dinheiro, com a pena convertida em prisão domiciliar. A família Maluf, por sua vez, confirmou o acordo, destacando que ele representa uma solução jurídica para processos que se arrastavam há anos, segundo o advogado Eduardo Diamantino, que os representou nas negociações.