Um acordo de não persecução cível foi firmado nesta terça-feira (29) entre o Ministério Público de São Paulo e familiares do ex-prefeito Paulo Maluf, resultando no pagamento de R$ 210 milhões ao Município. O pacto, que também conta com a assinatura da Procuradoria-Geral do Município, é fruto de investigações sobre desvios de verbas municipais atribuídos a Maluf entre 1993 e 1998.
O acordo foi assinado por quatro filhos, uma ex-nora e um ex-genro de Maluf, além de uma offshore do Uruguai e um banco brasileiro que adquiriu ações da Eucatex, empresa da família. A procuradora-geral do município, Luciana Sant’Ana Nardi, destacou que o acordo é benéfico para o interesse público, considerando-o um dos maiores escândalos de corrupção na cidade.
Até o momento, os acordos firmados pela Procuradoria Geral do Município e pela Promotoria de Justiça resultaram na recuperação de aproximadamente US$ 160 milhões, equivalentes a R$ 819 milhões. A assinatura do acordo contou com a presença de diversos representantes do Ministério Público e advogados da família Maluf.
As acusações contra Maluf e suas empresas envolvem desvios que superam US$ 300 milhões, especialmente durante a construção do Túnel Ayrton Senna e da Avenida Água Espraiada. O ex-prefeito, condenado a 7 anos e 9 meses de prisão por lavagem de dinheiro, atualmente cumpre pena em prisão domiciliar, conforme decisão do Supremo Tribunal Federal.