A Promotoria de Justiça do Patrimônio Público e Social de São Paulo e a Procuradoria Geral do Município firmaram, na terça-feira (29 de julho de 2025), um Acordo de Não Persecução Civil (ANPC) com a família do ex-prefeito Paulo Maluf. O acordo visa a devolução de R$ 210 milhões aos cofres públicos, referentes a desvios de verbas durante a gestão de Maluf na prefeitura entre 1993 e 1998.
As investigações do Ministério Público de São Paulo revelaram que Maluf e empresas ligadas a ele são acusados de desviar mais de US$ 300 milhões em obras públicas, incluindo o túnel Ayrton Senna e a avenida Água Espraiada. O acordo foi assinado por quatro filhos do ex-prefeito, uma ex-nora, um ex-genro, uma empresa offshore uruguaia e um banco brasileiro que adquiriu ações da Eucatex, empresa da família.
O promotor Silvio Marques destacou que, até o momento, o total recuperado em favor do município, por meio de acordos, chega a aproximadamente US$ 160 milhões, equivalentes a R$ 819 milhões. As ações civis contra Paulo Maluf, sua esposa e as empresas envolvidas no esquema continuam em andamento, enquanto o ex-prefeito enfrenta condenações por lavagem de dinheiro e falsidade ideológica em instâncias superiores da Justiça brasileira e internacional.
Além disso, permanece uma ordem de prisão expedida em 2007 pela Promotoria de Nova York contra Maluf e um de seus filhos, relacionada à lavagem de dinheiro desviado da Prefeitura de São Paulo. Na França, o ex-prefeito e sua esposa foram condenados a três anos de prisão e multa pelo Ministério Público de Paris.